20 de janeiro de 2012

De pele pra pele. Meu eu e meu ele.

Procura-se inspiração
uma faísca que seja
circundam-me em lentidão
você teve de mim
aquilo que merecia
por mais que não o suficiente
pare e perceba, note, veja
mergulhe um pouco em sua mente
desbrave seus segredos mais tardios
revele seus pensamentos mais vadios
encare-os, reflita-os, e se precisar, derrote-os


Não julgue-me pelo seu erro
não se perca em suas atitudes
daquele sombrio enterro
restam nossas flores em miúdes


Uma, duas, até mais doses
todos choram nossas mortes
Num tempo que amar era pecado
eu te levantei, te proclamei meu amado
para que todos escutassem.


Se não era o certo, talvez o errado
se não fosse o momento, talvez o inesperado
tão quanto te amei, me amaste
tão quanto te odiei, me odiaste
tão quanto somente fui teu
tão quanto somente foi meu
de todos que pude sentir, provar
você foi o mais doce sabor
sentido, fluído, livre a voar.






Entrelaçava-me em seus braços
Perdia-me em nossos amassos
Encontrava-me nos acasos
de um amor inconstante
inflamável, imperdoável
sufocante, penetrante
insolente, ardente
preso nas vertentes
de passados e presentes
onde o futuro se escondia
atrás da mentira mais escorregadia.


Quanto tempo passei ao teu lado
Perseguindo uma ilusão passageira
escrevendo roteiros, trincando espelhos
Dúvidas surgiam a cada passo
prevendo aquele trágico fracasso
e um futuro costurado por besteiras.


Segue em mim a definição
da incerteza, do sim, do não
do concreto: o corpo, a carne, o resto
do surreal: o espírito, o ideal, o mito.


E do "eu te amo" tantas vezes pronunciado
sobraram as lágrimas, papéis amassados
fotos rasgadas, jogadas, perdidas
Você me disse: melhor assim, é apropriado
esquecer, tatuar no passado
como se nossas vidas
fossem apenas tintas
a marcar uma pele sofrida
uma pele que não esqueceu
de quando, por ti, era tocada
uma pele que sofreu
e que chora com sua partida
e que sorri com sua chegada.


Diego Anderson M'M'

18 de janeiro de 2012

Escolhas

Dizem que sou indeciso
que sou um libriano nato
Mas seu ponto me soa impreciso
Tenho minhas memórias e passado intacto
que comprovam, não só os "sim's" e "não's" que tomei
como devoram essa ideia que levei

O que é indecisão pra ti?


Escolhi nascer, também morrer
escolhi amigos, escolhi inimigos
escolhi amores e desamores
escolhi verdades e mentiras
escolhi alegrias e horrores
escolhi seguir adiante, fugir de casa
escolhi sair do armário, encarar o mundo
escolhi vestir minha próprias roupas
escolhi o toque de sua pele dentre tantas outras
escolhi olhares, sorrisos e pensamentos imundos
escolhi inocências, experiências
escolhi a cama, o drama
escolhi jogar, vencer ou perder
escolhi atuar ou despir
escolher enfrentar ou fugir



Escolhi viajar, escolhi meu ninho, meu porto seguro. Escolhi quem amar, diferenças e indiferenças. Escolhi escutar muitas vezes em vez de falar. Escolhi expor, impor e até mesmo supor que tudo daria certo e por isso escolhi o errado demasiadas vezes. Escolhi ser feliz e certas escolhas me fizeram infeliz.
Escolhi das várias escolhas aquelas que melhor me definiam no momento. E todas elas modelaram-me, tornando-me o que sou hoje.
Um aprendiz, um errante, aventureiro, teimoso, idealista, sentimental, apaziguador, filho, irmão, amigo, amante, platônico, bipolar, escritor...

Sou um pássaro, o ato
Sou o vento, o tempo
Sou palavras, falas
Ao fim, ao ascender da estrela da manhã
Sou o espelho no qual me vejo
Sou a realização dos meus desejos.

Diego Anderson M'M'

17 de janeiro de 2012

Inconstante de tu

Estremece meu coração e o silencia ao mesmo tempo
Motivo de meus risos e lágrimas
Acalma meus tormentos, dilacera minhas lástimas
Perfura-me com amor, me incendeia de paixão,
Por todo o caminho e todo o momento
Você me guia, sigo tua imagem na imensidão
Explode-me, me transborda de coragem
e me encolhe de medo de te perder
Pois és até a morte a minha única razão de viver.

Suspiros ...

Diego Anderson M'M'