29 de julho de 2012

Choices

Não seria diferente se a falta ou exagero de predisposição fossem culpa dos principais erros da minha vida. Erros inevitáveis, erros ligeiramente despercebidos no calor do momento, porém extremamente penosos quando se enxergar-os em amplo terreno de tempo. Em suma nem se trata tanto de arrependimento, mas e do "se", se não tivesse sido dessa forma, e se eu estivesse seguido pelo outro caminho? Fosse optando pelo instinto e coração ou como na maiorias das vezes seguindo a razão e bons costumes. Bem, tenho por mim hoje, que o "x" será marcado com mais frequência na opção "foda-se eu quero é amar" nos próximos porquês que me deparar. 

Diego Anderson M'M'

Desabafos

Eu sou uma mera ferramenta de minhas próprias inspirações. Um fantoche da fantasia que insiste materializar-se nessa dimensão tão machucada por atrozes. Talvez seja uma tentativa medíocre de amenizar essas dores, não as minhas dores, mas as dores de um mundo tão descrente de amor, cumplicidade. De fato, um escritor entra em contato com lugares, pessoas, momentos, sentimentos, e mesmo não querendo acaba por absorver sempre algo daquilo tudo, acumula, e em alguns momentos elas fogem pelas pontas do meus dedos, percorrem as silhuetas do Seu corpo e transformam-se em tantas letras, palavras e por fim frases entrelaçadas com objetivo incomum ou não, são loucuras ajuizadas e juízes desnorteados. Não há verdades ou mentiras, apenas há, na simples condição de existir, no simples conceito de pulsar.

Diego Anderson M'M'

28 de julho de 2012

Lápides ao tempo





O cheiro... Aquela sensação peculiar de conforto, seja talvez a única lembrança que ainda restou de você, tanto tempo depois da última vez, que o calendário nem se atreve mais a dedurar tal distância temporal. Te conheci por meados de 60 lembra, e antes disso nas duas grandes guerras, e ainda teve nosso breve amor em meio a correria da revolução Francesa, sem esquecer talvez da mais intensa inspirado pelos anos do iluminismo, a mais antiga então quando o Império Romano exibia sua ascensão, ou foi quando a escrita nos foi ensinada? Enfim, em todas essas encarnações o teu cheiro lhe dedurava. Aquele aroma com sabor de vício, com a delicadeza de me tocar, me envolver, me ludibriar, embriagar, perder-me em tais profundas loucuras, solturas, investiduras ... Você, ah somente você chegava pelo começo da tarde e ia embora a noitinha sem despedir-se, pois querendo ou não nos encontraríamos amanhã, mesmo que esse amanhã levasse um dia, semanas, meses ou anos, por mais décadas que fossem, sejam tantas vidas que eu percorra nesse chão, você sempre estará em meu caminho. Sejam tantas paixões intervenham nesse paraíso, você sempre será meu reservado amor invicto. Seja quanto tempo for, durar ou encerrar, estaremos de alguma forma enterrado-me e enterrando-te em detrimento do tão inevitável amando-nos.

Diego Anderson M'M'

26 de julho de 2012

O tempo




O tempo...
Passageiro, inevitável, o tempo me consome com uma fome voraz, e a cada momento que ele engole um pedacinho meu, eu em desespero inútil tento recuperar, e assim vou me desfazendo, continuamente sob o por do sol daquele fim de tarde nublado. Sim, nublado, mas o sol arriscou ainda alguns raios antes das cortinas se fecharem. Mas voltando a insaciedade do tempo, posso dizer que por muitas vezes fui vítima dessa sede, e ele me consumia assim quase que sempre, ao amanhecer já reclamava pelo seu café da manhã, me mordia, assim de leve... Ele não percebia, mas  retirava pedacinhos de mim insubstituíveis, e eu complacente deixava, deixava sabe... Porque para eu era como se me eternizasse dentro dele, e então nós juntos teríamos todo o tempo do mundo... Cego eu pensava assim, enquanto ele me segregava, me desfigurava dia após dia. Foi quando eu percebi, que mais valia para eu aproveitar o tempo que me era dado do que servi-lo de escravo, o tempo não me perdoava por nenhum erro, e olhe que ele vivia errando. O tempo me julgava a cada mero segundo como um carcereiro, prepotente, rigoroso. O tempo nunca me esperou para respirar, para me recuperar de um tombo, não, ele nem sequer olhava para trás. Nunca me deu a mão, nunca me levantou, continuava caminhando na frente e eu que me apressasse para acompanhá-lo. Um dia cansei, cansei de dramatizar esse papel de servo. Quando enxerguei isso? No dia em que enterrei o passado que o tempo fazia questão de esfregar-me no rosto, quando recusei o presente que o tempo me encaixava, e quando passei a arriscar o futuro que o tempo me apontava. Ah senhor Tempo, dizem que você tudo cura né? Mas nada mais justo do que curar aquilo que o senhor mesmo trata de magoar. Suas fases de passado, presente e futuro podem até ostentar a onisciência sobre minha vida, mas o detalhe que não percebeu ainda, é que a vida é minha. Por fim trate de manipular a vida de outro que da minha eu já sei bem como organizar os ponteiros desse relógio.



Diego Anderson M'M'

6 de julho de 2012

Adeus


Eu parti
parti pra bem longe
mas não pra nunca mais voltar


Eu parti
parti o sonho em dois
pois era necessário compartilhar

Você partiu
partiu meu coração em várias partes
difíceis de se encontrar e colar

Você partiu
partiu logo ao amanhecer
sem ao menos um adeus para acalentar


Diego Anderson M'M'

2 de julho de 2012

Canto de lágrimas



(ao amado, que tando amado, que tanto perdoado, que tanto pranto)

Fostes enquanto dava tempo
escapou por rápidos movimentos
deixando intermináveis lamentos
das lembranças dos momentos
de alegrias e tormentos
agora perdido aos quatro ventos.

Nossa história morta e enterrada
Meu amado ao atravessar a porta
um adeus, uma outra hora
um por fim na aurora
de dias que sorrisos tantos
e agora restam-me os prantos
e por meios enquanto
pulsar um único sentido
claro, doce, vívido
eu clamo, minto e mendigo
esse último amor, esse derradeiro canto.

Diego Anderson M'M'