11 de abril de 2015

Cartas de um amante em desapaixonamento

Uma pena meu amor se eu não sou tudo que você procura, se tenho esses defeitos aqui e ali.



Infelizmente não sou e nunca serei completo. Mas o dilema não vive bem aí, afinal você também não detêm todos os requisitos que um dia eu cheguei a pensar encontrar em alguém. A diferença é que o que eu sinto por ti é significantemente maior do que as faltas que você tem ... Eu abro mão das ausências para me deleitar nas presenças que me fazem feliz e jamais procuraria uma terceira pessoa para suprir os espaços vazios, pois na verdade se reparar bem esses "espaços vazios" foram preenchidos com o amor que você me fez transbordar.

Diego Anderson M'M'

17 de fevereiro de 2015

Romances Mortos #3

Começou com um olhar, um sorriso, um abraço, um cheiro ... Depois vieram beijos, intimidades, promessas, e aos poucos o amor foi tomando seu lugar. Mas em algum momento, desses perdidos, algo deu errado, e não foi escolhida a melhor solução, o amor deu uma pausa, foi ali e se perdeu com os momentos. As lembranças permeavam a esperança de que ele voltaria, e aos poucos as lembranças foram morrendo, enterradas uma por uma pelos acontecimentos que magoavam cada vez mais. Por fim, não existia mais um suspiro sequer, uma lágrima sequer, e o coração (triste com a ausência do amor) desistiu de bater, se calou. E se o amor ainda volta? Talvez sim, com outro rosto.

Diego Anderson M'M'

4 de fevereiro de 2015

O náufrago, amor.

Eu tenho muito pra dizer
mas o peito não deixa
que de tão apertado,
sufocou a garganta
afogou as palavras.
Diego Anderson M'M'

Romances Mortos #2

Cada segundo de espera é um aperto,
nem toda escolha resulta num acerto.
Os caminhos estão todos empoeirados
lascas de lembranças e beijos lastimados.
Uma visão de esperança, que talvez dê certo
uma sensação boa quando você tá perto
Mas o aperto aumenta a cada segundo
e a angústia desse coração vagabundo.
Diego Anderson M'M'

Romances Mortos #1

Até parece que foi ontem, mas não foi. Essa sensação é somente culpa das lembranças, quais plantei no peito. Não há mais tanta cor, restam apenas uns rabiscos borrados na folha molhada. Na verdade essa sensação de "um dia desses" se estende e se prolonga até uma cuja manhã. A manhã que você acorda e percebe que nem sempre esperanças trazem boas novas, que às vezes elas podem cutucar a ferida toda vez que você tenta renová-las. Chega um ponto que (nem se trata do melhor ou pior) o estalar de dedos chega, um murro na sua cara. O coração se retira, vai descansar.

Diego Anderson M'M'

1 de dezembro de 2014

De tudo um pouco. Das escolhas, as indecisões.
Da verdades não ditas, os enganos, as previsões.
Do passado, as tatuagens. Do futuro, o reservado.
De mim, mais nada. De você, a saudade
e da saudade, que dá e passa, os segundos passos
os novos rumos, a derradeira caminhada.
Que me digam os segredos impregnados de abraços.
Que me falem dos amores amaldiçoados.
Que me reservem os dilemas, os contratempos,
mas não me esqueçam entre as entrelinhas
os beijos ensanguentados de lábios mordidos
Os montes de gozos esquecidos nos lençóis
que ainda guardam o cheiro do ontem, do nós.
De mim, mais uma vez, mais nada
E de tu, menos quase tudo, só amor.
Assim, sem rima mesmo. Apenas amor
Que do apenas é tudo que eu preciso.
Diego Anderson M'M'

10 de novembro de 2014

De que sobrevive o amor, se não da sede insaciável de amar?
E de que sofre o amor, se não da mesma sede?
Percorre distâncias estrelares em um segundo
Embrulha todo o trato digestivo
Caça, coça, meia e volta, é instintivo.
Com quem joga o amor, se não com os amantes?
Que acham esses, os que amam, que detêm o amor. [O nosso amor]
O amor não é de ninguém.
Nesses dois corações o amor não se contém.
O amor extravasa as beiras
ele come, mastiga o que bem entender a sua maneira
E acima de tudo, ele não se importa com os outros sentimentos.
Tá nem aí se você tá sofrendo
O amor se acha o supremo... e pior, ele é.
O amor que rege as águas, que dita o choro, que ordena o gozo.
Ah amor, se eu tivesse que amar tudo novamente, eu amaria,
cada beijo, cada toque, cada lembrança, toda a nostalgia.
Esse amor que cambaleia, esse amor que tanta teologia.
Amor que se perde nas palavras não ditas e nas malditas.
Amor que se reencontra nos choques das peles estremecidas.
Que se renova nos abraços demorados
Que se propaga nos odores
Que se canta nos louvores
Que se viciam os namorados.

Amor, minha cruz, minha luz. Meu caminho incerto.
Minha janela aberta, minha ferida exposta.
Minha mais alta aposta
meu oásis nesse vasto deserto.

Diego Anderson M'M'

1 de novembro de 2014

Feliz aniversário



Tem dias ensolarados, de bons dias aclamados
outros dias nublados, de preguiças esticados.
Ainda há dias de distâncias, outros de proximidades.
Dias que terminam cedo, dias que terminam tarde.
Não devem existir dias de sempre e de nunca
pois essas são palavras da inocência, da imaturidade.
Dias maduros são os que não terminam apenas com o pôr do sol
e sim com o fechar tranquilo dos olhos e o acolher do lençol.
Dias de calmaria, dias de tempestades
o tempo se monta presente, se faz majestade.
Dias que se perdem os passos
dias que se pisam seguro
Não importa o passado ou presente, tão quanto o futuro
pois do clarão do amanhecer ao extremo escuro
os momentos que compartilhar com você
serão os mais puros.
Te amo.
Parabéns.
Saudade
Diego Anderson M'M'

30 de agosto de 2014

Prenderam o Amor

Ninguém sabe ao certo
Mas de fato é verdade
prenderam o amor
na prisão mais segura do mundo!
na cela... na cela não!
numa gaiola, pois tratam o amor como bicho.
Comida? Água? Essa regalias?
Que morra de fome e sede!
Decretou o Juiz, que nem coragem de sentenciar logo pena de morte teve
De propósito queria-se que o amor sofresse, que o amor definhasse.
Que o amor pagasse por todos os crimes ...
Crimes?

E tá lá na cela vizinha o Ódio, que tem visitas aos fins de ciúmes.
E tá lá em outra cela o Preconceito que ainda escreve e recebe cartas dos pais
Estupidez e Arrogância, estes que por último entraram recentemente com um pedido de hábias corpus ...
Absurdo? Não, não, esse tirou férias.

Mas quando erguerem a bandeira vermelha
Eu quero é ver a rebelião.
Não sobrará pedra sobre pedra
Sequer uma telha
quando o amor queimar o primeiro colchão.

Últimas palavras do amor em confessionário:
 - Que culpa tive, se amei?

Diego Anderson M'M'

A voz

Vocês estão ouvindo a minha voz?
hein? tá? tá? alô som, um, dois, três ...
Não, acho que não sabe, vocês não estão ouvindo nada não
Pelo menos a minha voz não,
Não essa voz falada, essa voz que sai da boca ...
Porque já gemi muito sabe, é muita dor
Já chorei muito sabe, é muito desamor
Já gritei muito, ódio, pavor!
Já trintei os dentes, mordi a língua
derramei sangue sobre o asfalto todo
pintei de vermelho os muros brancos
pra quem sabe talvez, se enxergassem pelo menos o rubro

Eu vou ter que repetir novamente?
Vocês estão me ouvindo?
Não, ainda acho que não,
Já rasguei muito essas cordas
Aquelas, as vocais, das quais nem me lembro mais
se um dia tive ...
Esse microfone aqui? (risos)
Esse microfone aqui é pequeno! Perto dos gritos que eu dava!
Eu, já, rasguei, as, cordas!
E não venha me dizer que era corda fraca não, senhor.
Porque não era, nó não tinha, mas fraca não era.
Nó era o que eu queria desatar, e tem uma coisa, eu desatei, me livrei!

O problema sabe qual é?
É que vocês não estão me ouvindo!
Não essa voz falada, essa voz que sai da boca, rouca!
Eu tô gritando por dentro!!!
Eu tô morrendo por dentro!!!
Agonia, sofrimento, tormento!
Não aguento mais gritar e ninguém me ouvir, não aguento mais!

Mas eu só queria que vocês parassem de tentar me ouvir,
Essa voz falada, essa voz que sai da boca ...
E parassem pra entender
essa voz de dentro, que sai da alma
desalmada, partida, estraçalhada, INcontentamento!

Diego Anderson M'M'

5 de agosto de 2014

Poesia crua

Quando você sentir
que poesia é descrente
Não mede culpado ou inocente
Não se preocupa com o julgamento.
que na poesia nem tudo é prosa
que conta a dor de tanta gente
no caminhar dessa história.

Quando se der conta disso
eu te abraço meu amigo
venha pra cá venha, chegue mais,
vamos agora desmitificar!
Desendeusar essa poesia!
Que poesia é terra seca
é chão rachado, poesia é sol na testa
é calor da moléstia, é o cabra endiabrado.

Poesia é cangaceira nos moldes de Lampião
é a mãe que enterra a fome,
é cada família sem nome,
esquecida do interior do sertão.

Poesia não é burguesia
Poesia não é patrão
Poesia lava chão
fala cumê, se avexe e avia.
nem sempre é feliz
vive cheia de cicatriz
de um passado de cão.

Tô cansado dessa poesia de fingimento
De platonismo, de tingimento
Nem tudo é colorido
Nessa vida tem muito preto e branco,
Tem muito ar comprimido
Tem muito buraco fundo
E gente com medo do solavanco.

Poesia tá na mulher descriminada, vaiada.
tá no primogênito que não é viril
no tronco do negro açoitado
na história desse meu Brasil,
Brasil de brasileiros que esquecem
ou fingem esquecer,
que não repassam aos seus filhos,
e que querem um país, mas não fazem por onde merecer!

Diego Anderson M'M'


4 de junho de 2014

Poeta se enamora

Poeta se enamora várias vezes.
Só do amanhecer ao anoitecer perdem-se as contas,
Sejam seus olhos, o cheiro da sua roupa usada
O clima nublado, o café quente
o recado com carinho na geladeira
o barulho da espreguiçadeira
o ir e vi de tanta gente.

Poeta se enamora feito bobo
principalmente pelos detalhes
pela cor da tardinha
pela pele dedilhada
os versos inacabados.
Lembranças também apaixonam,
mas não tanto quanto suas consequências.

O poeta vive se apaixonando
e segue rumo, sem se preocupar
deixa bagagem aqui e ali
e saudades entre tantos lá
que ele sequer imaginaria,
mas não há amor maior do poeta
do que pela poesia.

Diego Anderson M'M'

28 de abril de 2014

Um escritor necessita de tempo, inspiração e ócio. O cérebro tem que está de férias, já os ouvidos não e de preferência uma melodia agradável correndo pelo ar, saltando entre as paredes. Os olhos podem fechar-se algumas vezes, mas ao abri-los é sinal de quê alguma ideia ascendeu - um sorriso de canto de boca às vezes substitui a ação anterior. Não se pode pressionar um escritor, pois só sairão frases inacabadas e papéis amassados, além de alguns suspiros. Pois não é fácil viajar para outras dimensões, assistir à belezas virgens, voltar pro nosso mundo e traduzi-las, não, não é.

Diego Anderson M'M'

13 de janeiro de 2014

Sem ponto

Do que adianta ser poeta?
se tu me rouba as palavras.
Me desnuda, me desarma.
Do que me adianta o dom da escrita?
se não há como descrever
esse sentimento que pulsa, que grita!

Você me prendeu ao mesmo tempo que me expandiu.
Você deixou de ser você, e eu de ser eu.
Agora somos nós, e tudo se conjuga em um só motivo: amar.

Diego Anderson M'M'

10 de novembro de 2013

Inspiração de águas

Muitas são as facetas, esquinas da vida
muitos são os motivos das vindas e idas
Olhares perdidos, olhares famintos
abraços raros, amores extintos.

Poucas são as verdades inventadas
mitos, paraquedas, aves alvejadas
Bocas secas, bocas selvagens
lembranças de meras imagens.

E todos se esquecem, se perdem,
se esvaindo no correr do vento
em um por de sol cinzento
as mentiras que os precedem.

E as velas acessas, em prece
as velas postas em breve
seguem rumo, segue o barco
nessas desprezadas águas de março.

Diego Anderson M'M'


3 de novembro de 2013

E pra você ...

E pra você eu guardei ...
Não, pera, não guardei
não havia o que guardar
eram outras ideias
outros tempos
perdidos nos momentos
das lágrimas de amélias.

E pra você eu dei ...
Não, não dei
e até havia o que dar
mas preferir acomodar
nas costas escorar
tamanha dor
que esse amor
não foi capaz de suportar.

E pra você ...
Não, pra você mais nada
não resta uma lasca
uma derradeira lástima
Você se perdeu entre
o passado ligeiro
das lembranças passageiras
das memórias sorrateiras

E pra mim ...
reservei o futuro.

Diego Anderson M'M'

28 de outubro de 2013

Das madrugadas

Nas madrugadas da alma que o sol se faz poente
fim de tarde, descanso livre, eloquente.
Nas manhãs que o tempo me permiti
seguir a vida sem nenhum limite
Visualizar nas noites o mundo de gente
que almejam mentes pensantes, corpos viventes
alguns amantes, outros meros errantes
Numa sociedade frívola eminente
de cavalos sem dentes, cinema mudo
não pare, não pense, viva rebeldia
siga rumo, engula inventos
digira cumprimentos
E cague tudo! Em formato de poesia.

Diego Anderson M'M'

27 de outubro de 2013

Vende-se

Vende-se porções de amor
um tantinho assim
que cabe na palma da mão
e funcionam mesmo
não trazem dor
não tem contra indicação
deve-se tomar todo dia
cultivar como um jardim
aquele à quem se quer bem
e talvez quem diria
que até depois do fim
pode-se amar o mesmo alguém.

Diego Anderson M'M'

1 de outubro de 2013

Vida

Não é um banquete platônico, pois a carne é fraca e está bem servida aos que salivam. Longe da pureza, os movimentos desarmônicos provocam sudorese, e a explosão de feromônios materializam a tentação em sua mais viril forma. Aniquilando qualquer sentimento mais nobre, sucumbindo a existência humana ao tato físico, dando jus ao adjetivo de mundana e distanciando-nos da essência de que tanto usamos para justificar nossa superioridade evolutiva: a alma. No ponto somos todos animais guiados pelo único extinto verdadeiro que rege todos os outros: sobrevivência.

Diego Anderson M'M'

28 de setembro de 2013

Por enquanto

Tanta felicidade, que chora
Tanta maldade, que esnoba
tantos porquês que se esqueceu
de viver o transparecer da leveza do ser.

Tantos sorrisos, que fingidos
Tantos amores, que iludidos
tantos pudores que se esqueceu
de aproveitar a nudez sob a luz do luar.

De tanto de você, enjoei
De tanto de mim, renovei
O tanto de nós se perdeu,
Você fez de mim pranto e
eu te respondo com "entretantos"
seus pedidos de desculpas esfarrapados
junte seus trapos, procure seu canto.

E é apenas isso, por enquanto.

Diego Anderson M'M'