28 de dezembro de 2011

Novo, ligeiramente incontrolável ... altamente compreensível

Eu estava nervoso, meio que o coração pulsava mais acelerado, tornando aquele desejo cada vez mais intenso. Era um sentimento de tato, a pele gritava pelo toque, a pele queria encontrar a sua pele, queria sentir sua pele, abraçar sua pele, acaraciar, tatear devagar cada pedacinho... Sentir o calor da sua pele, o gosto...
Algo me atrai, não como um imã, mas como um choque, como se saissem faiscas do nosso contato... e você estava tão perto, tão perto. Entretanto me deixa sem jeito, me deixa tímido, minha mão quer, mas o braço a segura, meu pensamento me manda, mas o corpo me prende.
O resultado é que as sensações andam confusas, não posso agir... O desabafo conta como algo, relaxa, extreita tensões ...? Será, sendo ou não, a certeza do momento é que você seduz meu olhar, rouba meus sentidos sem esforço, me desnoteia com teu cheiro... e sua pele.. ah! Sua pele...



Diego Anderson M'M'

18 de dezembro de 2011

Contigo ...

Queria saber desenhar, assim como você... para poder te desenhar assim dormindo, com esse rostinho, esse corpo, esse silêncio na beleza que faz-se presente em você... Sim... mas diferente de você, meu dom não é desenhar, eu só sei mesmo desenhar letras, grudá-las formando palavras e por sua vez agrupando-se em algumas frases de "te amos" ... Até me vejo arriscando alguns rabiscos, você acordando e perguntando:
- Que faz amor?
Eu fico calado por um instante, flagrado com o papel e lápis na mão...
- Está escrevendo?
- Não ... bem... quase
Você faz uma cara de quem não está entendendo direito
- Assim, eu estava tentando desenhar você dormindo.
Falo enquanto me escapa um sorriso... Você sorri junto comigo...
- Ah! Quer ver...
"Quer ver", sim, exatamente assim que você falaria ...
E eu fico sem jeito, coço a cabeça...
- Não, nem se compara aos seus desenhos, deixa pra lá bobo...
Você senta-se na cama, cruzas os braços, faz cara de mandão com raiva e insiste, dessa vez mais decidido
- Estou esperando ...
Olho bem nos seus olhos, e devagar vou virando o papel pra ti ...

Você...nesse momento, meus olhos fotografam talvez uma das cenas mais lindas que eu verei em toda minha vida... seu rosto, lindo... seu sorriso... sua felicidade em ver meus rabiscos desajeitados, uma lágrima escorre pelo seu rosto ... você olha pra mim, fita-me os olhos...
- Eu te amo...

Diego Anderson M'M'

17 de dezembro de 2011

Sem nome - parte I - Piloto

Foi assim na calada da noite. Eu não esperava ninguém e estava à escrever meu quarto livro...
A campainha tocou, lá pelas 03:00, me assustei, imediatamente baixei o volume do som, fiquei imóvel atento à qualquer barulho. Carros passavam lá embaixo na rua, alguns gatos remexiam o lixo...
A campainha tocou novamente, justamente naquele momento que você está aliviando as batidas do coração, então o nervosismo tomou conta de mim, abracei forte a almofada, respirei fundo e a deixei de lado. Fui andando devagarzinho em direção à porta da sala ... Todas as luzes do apartamento estavam desligadas, só alguma luminosidade construída pelos postes e faróis de carros invadia pelo janelão principal da varanda. Fiquei à alguns passos da porta, a luz do hall de entrada estava acessa, e de certo eu via ali do outro lado, por baixo da porta, uma sombra parada, imaginei que talvez poderia ser o jarro de plantas...
A campainha insistiu em tocar mais uma vez, mas agora demoradamente, e aquele barulho fazia minhas pupilas dilatarem, a sombra dessa vez se mexeu, e obviamente não seria uma planta mutante do outro lado da porta.
Me aproximei lentamente da porta, focando o olho mágico...

Distante, só mais uma para dormir ...

Pensar em distância... metros? quilômetros? anos? ...
Na verdade quando se trata de alguém que amamos, que desejamos perto, próximo do peito pra abraçar e confortar, não importa quanto ou quê o distancia, sempre será muito... sempre será uma distância de apertar o peito, de inundar os olhos, de encolher os braços contra você mesmo para quem dera sentir aquele abraço de quem tanto se deseja... é ... 
A distância física sempre machuca, entristece, se transforma em saudade, outras vezes em lembranças.
Fico mais triste quando a distância é aquela impossível de se ultrapassar, sabe qual? Aquela distância de alma sabe, aquela distância que impede O alguém de se apaixonar por você, de entender o quão grande não é seu amor, sim, eu disse "não é", porque antes era grande, era sim, era enorme na verdade... porem agora não é mais, não é pois se tornou algo imensurável, de grande se tornou algo infinito, imortal, que atravessa anos, décadas, vidas ... Imagina só conter toda essa imensidão de sentimento dentro ti, imagina só.
Imagina só acordar e dormir afogando-se na rotina pra ver se torna-se mais fácil acalmar essas explosões de sentimento no peito...
Imagina ter esse sentimento todo, repleto de romantismo e só conseguir dá-lo a uma pessoa? Um sentimento que é tão teimoso quanto decidido, uma teimosia de criança, pois acredite, ele só pensa em você, e só quer se for você. Já... já sim, já tentei inúmeras vezes:"Olha amor, aquele ali, é bonito, é inteligente"... o amor me responde:"é talvez..." ... Eu vou, se desencadeia todo aquele histórico de fatos, e quando o outro fala algo que torne aquele relacionamento possivelmente mais sério.. advinha? O amor desconfia, faz cara feia, e com medo de que o outro tome seu lugar, o amor se afasta... e eu ? pobre de mim ... não posso controlar, esse amor danado manda em mim... e ele só quer você.
Imagina quão angustiante é olhar algumas fotos, ver aquele teu sorriso, aquele teu olhar, e vez ou outra escutar aquela tua voz, sorrisos e suspiros quando o destino nos une novamente que então posso roubar um pouco do seu cheiro, seu abraço...
É ... se machuca? Depois de um tempo não machuca não... Eu aprendi, entrei em acordo com meu amor, ele continua gostando de você e eu continuo gostando de mim mesmo, convivendo com o fato de que esse amor jamais será correspondido, mas tudo bem, como já disse antes: melhor um amor não correspondido do que uma mentira compartilhada...
Seguem-se as horas, que já irei dormir
Seguem-se os dias, que o sol põe-se no fim da tarde
Seguem-se os meses, que as luas teimam em me contar
Seguem-se os anos, que a idade me condena ...
Talvez um dia seguirá a vida... mas uma certeza eu tenho hoje e terei mesmo depois de tudo: Te amo.
Simplesmente assim ... mas não adianta, não há nada que eu possa fazer. Pois do mesmo jeito que meu amor escolheu você e vive teimoso nisso, eu entendo que o seu não me escolheu e jamais escolherá ...



Diego Anderson M'M' 

15 de dezembro de 2011

Forget ...

 E  nem falo nada, só deixo, pra ver o que o vídeo desperta ou transpira em cada um de vocês ... pra mim foi um misto de sensualidade e simplicidade, implodindo intimidade, exacerbando o toque, o gosto, o cheiro, que por fim me traz lembranças, me traz nostalgia, me traz suspiros de alguns dias, ou seriam noites? Por mais pra quem não iria dizer nada, tenho por mim que já falei por demais. Mas não culpem essa boca atrevida ou esses dedos mal criados, porém mesmo de dentes cerrados e mãos atadas, meu coração fala por si só. Diego Anderson M'M' onde quer que esteja ...



E sabe qual é a pior parte disso tudo?
É que eu já desisti de você, mas meu coração é que ainda não desistiu de nós dois.



Diego Anderson M'M'

10 de dezembro de 2011

Apenas amor


















Você vê diferença?



Eu não vejo!










Entenda que, independente da sua crença, existe um
Deus
que jamais odiaria sua própria criação...
Na verdade Ele jamais odiaria nada...



Diego Anderson - 24 anos

Escritor,
blogueiro,
estudante,
aspirante,
ideologista,
Gay.
Ser homossexual é apenas mais uma das características que me diferencia de você...
 ou não.



Pense como tudo seria mais simples se deixássemos apenas que o Amor fluísse por nossas veias, preenchesse nossos sentimentos, moldasse nossas mentes, reformasse nossas concepções e redirecionasse nosso olhar para o que realmente trás felicidade.

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
você se juntará a nós
E o mundo será como um só”
John Lennon



Não a homofobia. Sim ao amor.


I'll save my Last Dance for you

Têm sido tempos difíceis. Nesses momentos eu gostaria de ter alguém pra abraçar e só ficar assim, juntinho, quietinho. Só isso, espantar meus medos e tudo mais com um abraço apertado, daqueles nos quais a gente afunda, se perde no tempo e espaço. Talvez seja pedir demais que alguém cuide de mim, talvez não. Afinal, para mim não custa nada dar um pouco de carinho e atenção para alguém que tanto me quer bem, que se preocupa comigo. Não lamento pelo que não mais será, mas por tudo que foi. Tudo que perdi, tudo que podia ter aproveitado e não dei o devido valor. Devia ter abraçado, beijado, rido, chorado, cantado, falado... Devia ter feito tudo ao dobro, ao triplo, quádroplo, quíntoplo, mas não fiz. Sempre digo que não me arrependo pelo que fiz, e sim pelo que não fiz. E bem, me arrependo por não ter sido suficiente, por ter deixado tudo acabar como acabou. Seguir em frente? Falta vontade. Afinal, de que adianta tudo que vou conquistar se não tenho ele para compartilhar? E mesmo que outros venham, nunca serão tanto quanto ele foi. Agora tudo que habita em mim é nada. Esse nada, esse vazio, me faz querer sumir para sempre, nunca mais falar com ninguém, ver ninguém; não comer, não falar, não acordar. Mas tem algo no meio desse nada, uma coisa que não sei bem o que é, que faz com que toda essa vontade de nunca mais ter vontade não me vença. E é por isso que continuo sem querer continuar.


7 de dezembro de 2011

beija-flor

Hoje cedo ao sair para pegar a toalha no varal da varanda me deparei com um beija-flor
Um beija-flor ao beijar flor
e ele me sussurrou:
- Vem beijar  flor
e eu respondi:
- Quem dera beija-flor, quem dera beijar flor ...

Minha flor está longe...


Diego Anderson M'M'

Um ano se passou ...

Pensei que havia esquecido seu cheiro, mas me enganei, não esqueci... Antes sentia pelo nariz e todo aquele cheiro invadia meus pulmões me embriagando. Ultimamente eu procurava, mas não o encontrava mais, aquele cheiro peculiar, então deduzi que tinha passado e que nem sequer sentia mais teu cheiro como antes... Porém...

Na verdade eu que não percebi, seu cheiro agora está ao meu redor, o ar que eu respiro me lembra você, como um fantasma, e não só isso... Enxergo seu sorriso no formato das nuvens, o brilho do seu olhar na estrelas, seu abraço no conforto do travesseiro e no silêncio posso escutar sua respiração e logo me vem em mente o som do seu coração, aquelas batidas fortes quando deitei meu rosto sobre sue peito...
Me passam algumas lembranças...
Primeira vez que vi seu rosto
Primeira vez que te abracei
Primeira vez que senti seus lábios
Primeira vez que nos tornamos um
Ou quando você me abraçou desajeitado
Ou quando você mexeu no meu cabelo, enquanto eu dormia (na verdade você achava que eu estava dormindo, mas eu sempre esperava você dormir, para espiar seu semblante)
Ou quando você disse uma vez que já chegou a imaginar nós dois juntos ... essa última lembrança não sai jamais da minha cabeça, talvez ela insista em ser promovida de lembrança para esperança ...

Diego Anderson M'M'

28 de novembro de 2011

Life and its Owners

Todos sabem, a vida não é fácil. Pior quando você depende de terceiros para tomar suas decisões. Desde pequenos somos pressionados a sermos alguém na vida, precisamos saber o que queremos, temos que tirar as melhores notas e ingressar na faculdade assim que o Ensino Médio acaba. Algumas pessoas têm sorte de saberem o que querem para suas vidas e são determinadas, satisfazendo todas as exigências da família, conseguindo até sorrir sinceramente. Mas infelizmente há pessoas como eu que querem algo que não é ensinado em faculdade alguma. Certo que um curso de jornalismo vai me ensinar a escrever melhor e me permitir adentrar um mundo rodeado de contatos para publicar meus livros, mas e se eu não quiser seguir esse caminho? E se eu quisesse apenas escrever? E se quisesse fazer outro curso que gosto ainda mais que jornalismo e tentar alcançar meus sonhos com meu suado dinheirinho? Daí vem gente dizendo "então se dedique, se esforce, não vai ser fácil", mas quem disse que seria mais fácil se eu fizesse jornalismo? Por que seria mais fácil dessa forma? Em qualquer profissão, não importa qual, é preciso esforço para se destacar. Claro que se estudar e em seguida trabalhar com algo que goste, vou me esforçar, mas e quando pego a primeira oportunidade que passa pela minha frente e não sinto motivação para continuar com aquilo? E quando as pessoas não entendem que por mais inteligente que você seja certas coisas não entram na sua cabeça, não por teimosia sua, não porque você não aceita que elas entrem, mas simplesmente porque não entram? Daí me vejo no meio de uma bifurcação na estrada onde ambos os caminhos são arriscados e podem deixar muita gente exigente decepcionada comigo. O que faço? Não sei ainda, mas vou descobrir. Se seguir pelo meio do caminho e acabar em algum lugar estranho, até prefiro isso a fazer algo que não quero.

Esse é o drama que tem me consumido nos últimos meses. Qualquer outro problema que apareça vai ser mínimo na frente desse, pois é meu futuro. Sei que não me esforcei quando era para ter feito, que não tentei aprender algo que sempre acaba comigo nos vestibulares e que é muito importante em nossas vidas, mas e se eu não quiser nada disso? As pessoas das quais dependo não entendem que talvez eu não queira ter um curso superior. Minha vida pode ser uma porcaria por causa disso, mas e se eu não me importar? O importante não é ter saúde e estar ao lado de quem gostamos?


Pensando em você, só você me deixa assim...


"Romeu" - Agridoce

Amores perdidos, horas que se passam
tic tac do caminhar lento
uma dose, duas, três doses de veneno
 e o gosto suave do lamento

No jogo poucos amam, "os desatentos"
tum tum do coração a pulsar
um, dois, três contratempos
e o cheiro do sexo a pairar

Decisões confusas, olhares entreabertos
lágrimas difusas permeiam saudades tuas
lembranças de abraços, beijos perpétuos
uma, duas, três fotos sujas
e a certeza de um passado incerto


Sinceramente, não tenho como, você foi, é e sempre será o único por quem me apaixonei de verdade... fardado a viver isso? Porquê? Existe um propósito nessa prisão, cadeia de solidão? Te amo, e jamais o terei, eu sei. Mas a vida segue com suas escolhas e possibilidades, os outros caminham por ela, são minhas opções, fazem parte da minha escolha, mas possivelmente nunca serão como você, ou me farão sentir o que acendestes dentro de mim ... Fico triste sempre que lembro de você e da esperança de nós dois. Cansado de te dizer isso, agora irei descansar até que o tempo passe, até que os outonos terminem e até que o último pôr-do-sol marque sua lembrança no meu olhar.

Simplesmente Te Amo ... te ...

Quem? Não há alma viva que não saiba de quem eu falo ...

Diego Anderson M'M'

22 de novembro de 2011

Nesse fim de semana eu sorri, eu amei.

Nesse fim de semana eu sorri, eu amei. Eu não beijei, mas amei. Não abracei, não te cheirei, mas amei. Não transei, amei... Não pude te tocar, mas amei. Pensei em ti, falei coisas pra ti, mas ... mas você não escutou, amei. Você não escutou porque essa distância não deixou. Sussurrei pra lua te levar meu recado, mas as estrelas com inveja roubaram minhas palavras. Nesse fim de semana imaginei quantos passos daria até você, é tão longe assim é? Fico pensando: vale a pena? E concluo: não é questão de valer, pois não tem preço, não há como medir, só sentir. E eu sinto, mas não o suficiente para você entender, ou para te fazer sentir... Mas nesse fim de semana eu amei, pois não importa onde e quando estiver eu te amarei. Neste fim procurei, mas desisti, não consigo mais encontrar, você roubou de mim, meu juízo, meu coração, meu pulso, meu olhar, meu sim e meu não. Me deixas sem saída se nesse fim de semana eu amei como nunca havia em nenhum outro. Amei.



Diego Anderson M'M'

14 de novembro de 2011

Aquele que se foi






Não é bem o medo de te perder, ou te deixar ir. Não tenho esses medos, nunca tive, a verdade é que nem sou assim tão medroso quanto as pessoas pensam ou dizem. Meu medo mesmo seria talvez que você só viesse querer andar comigo depois de um tempo, assim, bem depois ... e que nesse futuro eu não queira mais um passeio. Meu medo nunca foi amar, meu medo nunca foi expor-me, meu medo nunca será magoar-me. Mas um medo induvidável é deixar de viver tudo isso por medo. Arrependimentos e lágrimas existem e é completamente normal...
Não te esqueci sabe, não... vez ou outro lembro de ti, sinto seu cheiro, aquele cheiro que só você tem, perdurando na minha memória, aquele cheiro que deixou em mim, aquela marca que encravou no meu peito, não, não esqueço... Os espinhos daquela rosa ainda machucam às vezes sabe, mas a lembrança do seu perfume ameniza minhas dores. Muitos falam da felicidade que é viver um amor pleno, real, sem medos. Eu não vivi esse amor ainda, mas o senti ... Senti e ele é verdadeiro, é tão bom, é grande sabe, me faz voar ao lugar mais alto e explodi em chuva de sentimentos; Por isso desisti de procurar esse amor em outros caras, não. Esse amor eu só tenho em você, e se você não pode responder-me então que eu permaneça com ele até o fim, pois mais vale algo verdadeiro não correspondido do que uma mentira compartilhada.


Diego Anderson M'M'

23 de outubro de 2011

Saudade do tempo

Saudade, sentimento que dá e não se sabe
Aperta, um aperto bom, gostoso, suspirante
Seja saudade de um amigo, de um momento ou de um amante
Sempre existirá saudade, saudade, saudade,
Desde o início dos tempos, até o fim da eternidade...




Diego Anderson M'M'

21 de outubro de 2011

Em ti, eu pulso

Ontem, ou hoje pela madrugada, não sei ao certo, sonhei um sonho no mínimo intrigante... Sonhei que alguém muito querido sofria um acidente (no sonho não dava pra saber qual acidente tinha sido), a causa e o acidente não eram tão importantes no sonho, lembro mesmo que ele encontrava-se em estado demasiadamente instável, mas que mesmo que melhorasse teria que fazer um transplante de coração... Ao decorrer do sonho, vi famílias ostentando semblantes tristes nos rostos, sua mãe sem esperanças... Era tudo muito tocante, mas eu percorria o sonho com uma certa serenidade, como se eu soubesse o meu papel no meio de tudo aquilo, como se não houvesse dúvidas. Isso se passava em um futuro, pois percebi que já tinha uma vida estável e com certos luxos, além de me enxergar mais velho também, talvez uns 28 a 32 anos...
E mesmo já sabendo a decisão que tomaria, ela só se tornou concreta lá pelo fim do sonho, quando eu decido doar meu coração. Não fiquei triste em nenhum momento ao fazer isso, nem hesitei, só o fato de que amigos e parentes não concordaram no começo. Mas lembro-me que eu falava algo do tipo:
"Mãe, sabe quando se chega aquele momento que você tem que ouvir seu coração e seguir o que ele diz, pois apesar de tudo, apesar de todos os riscos e perdas, é aquilo que realmente vale a pena, a senhora vai entender, quando o coração chama, deve-se segui-lo" ...
Aos amigos eu não falava nada, só trocávamos olhares, todos eles estavam um do lado do outro, com cabeça baixa, e à medida que eu ia os olhando, eles iam levantando a cabeça como quem dizia:"Ok Diego, a gente entende"... Pois claro, estes conhecem mais do que ninguém o que se passou.

Agora já na sala de cirurgia, estávamos lá, um do lado do outro, talvez o momento mais intimo que teríamos, que seríamos. Você "dormindo", a junta média me preparando, e a sensação de dormência devido a anestesia já tomava conta do meu corpo, mas minha mente só focava você ali do lado, dormindo feito um anjo. E algumas palavras me soavam pela cabeça assim como algumas lembranças de nós dois, alguns risos, algumas lágrimas, mas no fim tudo terminava no seu olhar, no seu cheiro, no seu abraço.

A verdade é que nada mudaria tanto assim, por fim das contas, meu coração sempre foi teu ... Meu sentido é você, eu vivo em você, para você e agora com você.
Correndo pelos campos...



Diego Anderson M'M'

Outras leituras

Hoje debruçado por mais um livro, me deparei com um poema que chamou-me a atenção em um momento oportuno e apropriado...
Um trecho do Poema Saudade da Obra Horto de Auta de Souza.

Saudade

Ah!, Se soubesses quanto sofro e quanto
Longe de ti meu coração padece!
Ah! Se soubesses como doí o pranto
Que eternamente de meus olhos desce"

Ah! Se soubesses!... Não perguntarias
De onde é que vem essa sombria mágoa
Que trás-me o peito cheio de agonias
E os tristes olhos arrasados d'água!

Querem que a lira de meus versos cante
Mais esperança e menos amargura,
Que fale em noites de lua errante
E não invoque a pobre noite escura.

Mas... como posso eu levar sonhando
A vida inteira num anseio infindo,
Se choro mesmo quando estou cantando,
Se choro mesmo quando estou sorrindo!


Pensando em como seria se... se os "se"s não fossem tão espectrais e se tornassem mais palpáveis.


Diego Anderson M'M'

20 de outubro de 2011

Músicas para acordar

Nessa quinta-feira de manhã chuvosa aqui nas proximidades acordei inspirado. Como sempre, procurei um vídeo legal para postar no Facebook e então não consegui parar de escutar os sons únicos dessa banda. Então decidi criar essa postagem para mostrar-lhes músicas legais para levantar - só o que eu tenho aqui. 

Primeiro uma das minhas bandas favoritas, essa da qual postei uns vídeos no Facebook, a Kings of Convenience.

Formada por Erlend Oye e Eirik Glambek Boe, o duo teve início em '99 na cidade de Beren, na Noruega. Desde o início fizeram sucesso com seus sons calmos e envolventes, rendendo até uma parceiria com a canadense Feist nos álbuns Riot on an Empty Street e Quiet is the New Loud. Seu mais recente trabalho, Declaration of Dependence, inclui o single Boat Behind. Pela palhinha que eles deram na praia de Ipanema deu pra ver que são muito populares aqui no Brasil, já que os sortudos que presenciaram o pocket show de quatro músicas cantaram todas junto. Recomendo principalmente Live Long, Little Kids, Cayman Islands, Riot on an Empty Street, 24-25, Misread, Know- how e Winning a Battle, Losing the War

Death Cab for Cutie é uma banda de indie rock formada em '97 no estado de Washington. Composta por Ben Gibbard (vocal, guitarra e piano), Chris Walla (guitarra), Nicolas Harmer (baixo) e Jason McGerr (bateria), o quarteto compõe músicas calmas, belas e contagiantes. Não tem como, quando menos espera você já está cantando junto, se encantando. Não conheço todos os álbuns, mas aconselho o mais recente, Codes and Keys, e Narrow Stairs, de 2008. 

Tame Impala é um quarteto australiano de rock psicodélico formado em 2008 por Kevin Parker, Dominic Simper, Jay Watson e o mais recente integrante Nick Albrook, que ingressou em 2010 como baixista. Sua principal influência é Jimmy Hendrix, fazendo de seus sons algo único nos dias conturbados que vivemos atualmente. É impossível ouvir Innerspeaker, de 2010, e não bater o pé e se sentir flutuando com a voz intemporal de Kevin. Vale a pena conferir principalmente Alter Ego e Solitude is Bliss.

Três bandas pra acordar tá bom, né? Espero que gostem assim como eu e muitas outras pessoas e sempre acordem animados pensando "esse dia vai ser bom".

18 de outubro de 2011

Para o deleite - as visões de um sonhador

Bem leitores, venho por meio deste post lhes informar que a partir de hoje há um espaço aqui reservado para meu grande amigo Gabriel Cavalcante. Sim, unir palavras com desenhos e um apurado gosto musical. "Ah Diego, então o Gabriel desenha bem e escuta ótimas músicas?" Sim, amigos, ele faz isso divinamente bem, e para completar o combo, ainda escreves com um perfume de sedução que torna seu blog irresistível, visitem {in}Titulado e tenho certeza que confirmarão o que eu indico, assino e assassino embaixo. E que fique claro a honra e satisfação é toda minha em ter tamanha mente libertando suas peripécias aqui pelo meu blog. Ele escreve, desenha e se expressa de várias formas e sobre "n"s conteúdos. Eu confesso amar os posts que ele elabora com seus desenhos, suas playlists, seus poemas e acima de tudo (confesso que até bate uma saudade sempre que lembro) das suas crônicas, (em particular a The Prodigy) que tanto abusam de detalhes sabe, daqueles que te sequestram sem perceber para dentro da imaginação e te fazem sentir cada toque, visualizar cada sorriso e lágrima, escutar cada mínimo ruído. Então... é isso, mas não só isso. Te cuidem, abraços. E seja bem-vindo querido Gabriel.

Gabriel Cavalcante - Blog {in}Titulado


Diego Anderson M'M'

16 de outubro de 2011

"G" - II

Distância nunca será um problema, apenas um inconveniente passageiro... Um amor que não resiste a uma distância não é amor, pode ser carência, um lance o qualquer coisa do tipo. Quando se é amor, a distância só nos faz provar que realmente é amor, alguns km, seja por terra, mar, ceu, ou até mesmo nessa existência não diminui em nada o que por ti sinto, pois sei que quando estiver contigo nada disso terá importância, seremos só nós dois a viajar por nossas mentes e deslizar nos nossos corpos ... Os segundos passam lentamente, escuto o tik tak do relógio preso na parede, como se me vigiasse, me acorrentasse, mas nenhuma corrente é indestrutível perto de um sentimento incontrolável. Segue o barco, rumo ao horizonte, ao seu encontro na mais bela ilha paradisíaca, onde formaremos nosso ninho de amor ao pôr-do-sol. Sonhos... por enquanto.

Desenho por Gabriel Cavalcante, visite o blog dele. =D

8 de outubro de 2011

"G" - I

Olho suas fotos e suspiro, uma sensação tão boa sabe, um amor tranquilo, daqueles que só você sente ser verdadeiro, realmente verdadeiro, e desculpe-me pelas redundância mais é sim, realmente verdadeiro. Um amor sincero, imutável, E só você desperta isso em mim, esse alívio, esse toque, essa expressão de alma, esse olhar. Você me faz tocar na tela do computador, passando a ponta do meu dedo na sua foto, pelo seu rosto... Pensando um dia tocar-te, amar-te... ai ai, apenas suspiro. Suspiros perdido nessa distância que nos afasta, nessa união que se atrasa, nesse dia que não chega, nesse momento que se arrasta. Tenho em mente cada segundo, pois cada tempo longe de ti é massacrante, é duradouro, angustiante. Eu sou teu sabia? Não adianta de muito lhe escrever esse aglomerado de palavras (e elas gritam por atenção, elas tentam me ajudar), pois a ti não sou mais que um amigo, infelizmente, é isso que despertei em você, amizade. E me pergunto porque não foi assim comigo também. Sinto ciúmes de você, fico tristinho quando me falas de novas paqueras, amores, saídas e enfim.
Um dia pacifico te encontrei e agora vivo essa guerra de te conquistar... Súbitas, desfalecidas tentativas. Você é para mim como a única razão, não a única razão de existir, mas a única razão de não desistir.

4 de outubro de 2011

Violência Infantil, que tal realmente se importar com isso?

Bem, hoje ao acessar minha conta no facebook:
“fulano e mais trocentos amigos mudaram a foto do perfil”...
Hum... Fotos de desenhos! Como assim? Que nova modinha é essa? Fui analisar e descobri que era uma forma de protesto contra a violência infantil, focando o dia 12 de outubro. Achei a idéia altamente interessante e justificada, mas me revoltei com alguns aspectos:

Primeiro: Porque o dia 12 de outubro?
Porque é o Dia das crianças Diego.
Dia das crianças? Sim é sim... Mas e daí? Esse dia é apenas um dia comercial que assim como qualquer outro só serve para sugar dinheiro de gente alienada, ou vai dizer que você (dirijo-me aos pais nesse momento) só compra presentes ou faz teu (s) filho (s) feliz (es) só nesse dia? ... Pense. Porque não escolheram outro dia como o 18 de maio (Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil)? Dia esse que foi criado em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas reuniram-se na Bahia na luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais. A data foi escolhida para marcar o sequestro da menina Araceli Cabrera Sanches, em 18 de maio de 1973. A menina de oito anos foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. A família da menina se silenciou diante do crime e sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os assassinos. Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis. Ou que tal o dia 4 de Junho (Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão)?
Mas não né, vamos levantar a bandeira da defesa das crianças justo no dia 12 de outubro, que é pra “sensibilizar” todo mundo, ou o bolso de o todo mundo, até porque dia 4 de junho não daria tanto lucro visto a concorrência com 12 de junho né pessoas! E 18 de maio não, tem dias das mães e tarara. Enfim, e para completar  muitos pensam que o feriado do dia 12 de outubro é por causa do dia das crianças, informe-se melhor e saiba que o feriado é por outro motivo ok, pesquise.

Segundo: Qual era a idéia inicial mesmo?
Era demonstrar meu apoio na luta contra a violência infantil Diego!
Sério? Era mesmo? Ounti que fofo da tua parte, tão fofo que seus comentários só são sobre brincadeirinhas com seus amigos do facebook sobre quem coloca tal desenho mais “lhindhinho” e sobre qual deles é mais “thuco thuco” ou qual deles mais se parece com quem.

Terceiro: Não bastavam somente esses desenhinhos fofos do nosso passado. Porque assim, me desculpe, mas que bom que tu teve uma infância feliz e saudável e pode desfrutar de desenhos e brinquedos, saiba que nem todos tiveram essa sorte, e muitas crianças por aí no mundo não sabem o que diabos é um “bob esponja”, “um ursinho carinhoso”, “um Power ranger”, “um cavaleiro do zodíaco”, enfim.
Ah Diego tu é chato ein!!
Desculpe meu caro, mas se tu leste até aqui e me diz uma coisa dessas, então nem se dê o trabalho de continuar lendo. Enfim, para os que ainda estão aqui comigo, eu confesso que o movimento no facebook me alertou sobre o caso e me fez pesquisar e me inteirar sobre o assunto. E fiquei realmente chocado com algumas informações, como por exemplo, um vídeo no youtube onde uns monstros (porque não se pode nem aqui nem em Marte chamar aquilo de pais, muito menos de ser humano) deixam uma criança frente a frente com uma Naja(segue aqui o link. Relatos de que no Brasil as estatísticas mostraram que o número de casos de violência contra crianças é maior do que as estatísticas divulgadas pelos órgãos oficiais. E que a maioria dos casos realmente não são denunciados, claro né, são crianças... Em média, 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica por dia no Brasil.
Os dados, apresentados pela Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), representam 12% das 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos. Frente a esta realidade, não há muito para comemorar neste Dia 12 de outubro há?
E quando falo de violência infantil, não me refiro apenas a física não, há a psicológica, dentre outras particularidades, como o trabalho infantil, locais onde crianças trabalham nos lixões, algumas nem tem o que comer. Crianças que tem o direito de freqüentarem um ambiente de estudo negado, em contrapartida uma péssima educação ofertada pelo governo também é uma forma de violência infantil.
 Denuncie
Quem suspeita de que uma criança esteja sofrendo agressão de qualquer forma deve encaminhar a denúncia para o Conselho Tutelar ou para o Ministério Público de sua cidade o mais rápido possível. Se ficar provado que a criança é vítima de maus tratos, o agressor será punido, e a guarda da criança passará a ser do parente mais próximo.
No caso de maus tratos, a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a 12 anos. Para saber qual o telefone do Conselho Tutelar mais perto de sua casa, ligue para o número 100 (ligação gratuita).

E então quem sabe, próximo ano veremos essa data com um ar diferente, e tomara que seja pra melhor, pois não há nada mais lindo e verdadeiro que a felicidade transbordada pelo sorriso de uma criança, e concomitamente não há nada mais triste que a alegria de uma criança silenciada, ou seus sonhos covardemente esmagados pela brutalidade desumana de alguns imbecis.


Diego Anderson M'M'

26 de setembro de 2011

Escuta, sinta


Yann Tiersen - Comptine d'un autre été (cover)

Só pra constar

Não sei bem como cheguei aqui, hoje. Até sei, mas o saber é como um embaralhado de cartas soltas pelo chão depois de uma ventania que se faz invadir pela janela, e as cartas são como os históricos colecionados até hoje, como fotos. Estão todas ali, de uma certa forma eu sei como cheguei até aqui porque o passado não se apaga, mas ele anda embaralhado, confuso. E um ano mudou tanta coisa, não imaginei que me tornaria alguém assim, mais cheio de mim e ao mesmo tempo mais afogado em mim mesmo, um misticismo idealizado, talvez uma tatuagem de rabiscos, não sei, só sei que realmente não sei como me projetei assim como estou hoje. Me disseram certa vez, e continuam a dizer aos quatro cantos, e talvez você já tenha escuta isso também, que o tempo muda as pessoas, onde o "vida é uma escola e o tempo o professor". Então, justamente, disso todo mundo já sabe, sabe também que somos reflexo daquilo em que agimos. Mas já parou pra notar que as mudanças vão ocorrendo de diversas formas em milhares momentos que acontecem simultaneamente pelo mundo numa pressa incansável e devassadora?
Pois é meus caros... Tudo corre tão depressa que nem sempre é possível acompanhar todos os desejos...

Diego Anderson M'M'

7 de setembro de 2011

Trash

Você não apenas marcou meu coração, você o tomou a força e o escondeu... No começo eu não liguei, até achava bom meu coração perdido com você, pulsando em algum lugar que só você sabia... Mas depois, os dias foram passando, ligações foram se perdendo com o tempo e quando me deparei com a verdade... Doeu...

Doeu, pois foi como afogar-se algemado e acorrentado. Me faltou ar, respirei fundo e com o tempo aprendi a respirar sem seu cheiro. Me faltaram miragens, mas com o tempo aprendi a enxergar novos horizontes. Faltaram pensamentos concretos, visto que me acostumei a sonhar do seu lado, mas percebi que posso sonhar com outro alguém. Senti um vazio aqui no peito e ... Isso não tive como preencher, porque até agora você não me devolveu meu coração. Porque ein?

Oi? Ah... quer dizer então que você não tem como devolvê-lo pra mim, porque quando o dei a você, jogou na primeira lata de lixo que encontrou no caminho? ... Ah ... Hum ... Ok então, obrigado.

(Que lixo de texto... Que lixo de amor... Que lixo de lixo) suck's. E só tende a piorar ...



Diego Anderson M'M'

31 de agosto de 2011

Sob folhas rosas e uma terra molhada

Era uma manhã de terça, no ar o cheiro de chuva, ele parou por um minuto na calçada que dava para o quintal. Um enorme quintal, cercado por muros altos de pedras grandes que expressavam o sentido de força. Árvores frondosas, que devido a chuva da madrugada anterior resplandeciam a mais bela e vivida cor verde já vista, alguns passarinhos até arriscaram uns acordes, mas o som do silêncio misturado com a presença das majestosas árvores de eucalipto e aquele tapete esmeralda de grama venciam qualquer outra distração. Respirou fundo, fitou bem onde iria enterrar a caixinha de metal que segurava com tanto cuidado nas mãos, que apesar de serem mãos de alguém de 12 anos, ainda sim eram mãos grandes para uma caixinha tão pequena mas com um valor tão grande, que até mesmo o mais sábio dos sábios questionaria-se como tanto pode ter cabido em tão pequeno refratário.
Ele caminhou a passos lentos e curtos, com os pés descalços até a paineira que se encontrava majestosamente bem ao centro do quintal... ajoelhou-se aos pés da imponente árvore e encarou bem a cova que teu pai tinha feito como ele lhe havia pedido no dia anterior. Seus olhos queriam, mas as mãos ainda relutavam em o fazer, alguns minutos ali, parado a lembrar algumas coisinhas, e foi o suficiente para que delicadamente ele estendesse os braços até o fundo da cova, depositando o "caixãozinho" lá... com alguma lágrimas secas ele foi sobrepondo aos poucos punhados e punhados de terra, que faziam sumir aquela caixinha enferrujada... Depois de um tempo, o sol ressurgiu iluminando os claros olhos do menino, que ainda tinham resquícios de algumas lágrimas. Ele levantou-se, mirou por mais uns segundos o local que havia enterrado sua tão preciosa caixinha e que agora não passava de um circulo de terra em meio aquela grama... Suspirou, sem perceber enxugou a lágrima que descia no seu rosto com a mão ainda suja de terra, pensou mais um pouco, e ninguém arriscaria imaginar o que se passava na mente daquela criança...
Virou-se e no mesmo ritmo que caminhou até a paineira ele voltou pra dentro de casa, enquanto a caixinha estava lá e sentia que pra sempre ficaria, vendo seu dono se distanciar como flash de uma memória que jamais retornaria. A caixinha sentiu-se sozinha por um momento, mas percebeu depois que a constante presença de seu conteúdo próxima ao garotinho o consumia todo dia, consumia sua felicidade, seu amor e seu ar de inocência, sem esquecer do mais importante: sua crença de que tudo sempre fica bem no fim das contas. A caixinha percebeu mais ainda, notou que não havia motivos para entristecer-se, pois ela sabia humildemente o quanto representava ao garotinho, sabia o quanto os dois se amavam e pra sempre se amariam, mas um garoto não poderia amar uma caixinha e uma caixinha jamais amaria um garoto. Por isso dentro dela o rapazinho guardou tudo aquilo que mais tinha de precioso, selou e confiou a caixinha guardá-los como simbolo do amor que pulsava entre eles dois. O que havia dentro da caixinha? Talvez nada, ou talvez tudo, na verdade encontrava-se ali recortes de um passado que jamais seriam colados novamente.

Diego Anderson M'M'

30 de agosto de 2011

Nostalgia





Sentia saudades da infância, da terra molhada
E ao retornar ao velho local que nasci
Não era bem assim, logo percebi
tudo na verdade ficou pela estrada
Um passado escrito na saudade
uma saudade sentida no presente
moldando um futuro intensamente


Diego Anderson M'M'



26 de agosto de 2011

Uma noite de vinho

Sábado pela manhã, ainda estou dormindo, sonhando não sei bem o quê... Sei que a luz do amanhecer começa a invadir o quarto pela janela entre aberta, mas ainda estou dormindo...
Aos poucos meus ouvidos são fisgados pelo cantar de alguns pássaros nos fios de energia, e logo em seguida o som dos carros e de mais um dia que se segue. Porém essa sexta foi diferente, eu fiquei com você...




Uma noite inteira de risos e carinhos, olhares sinceros, momentos de silêncio que valiam mais que um baralho de palavras pelo tapete daquela sala enorme. Terminei contigo na cama, nos beijamos, nos encaramos, derretemos no calor dos suspiros que escapavam pelos nossos lábios molhados, outrora quando não nos beijávamos. Foi intenso, foi carnal, e estava longe de ser superficial, algo tão forte e presencial. Você estava ali comigo, e me fazia questão de comprovar isso com cada toque, cada doce e leve mordida, nossos corpos se prendiam e desprendiam ao som dos trovões e tão rápido como os relâmpagos, eram flashes no escuro do quarto, e só quando a luz dos relâmpagos espiava pela janela que tornávamos visíveis, o amor em todas as suas formas tornavas-se notável, como fotos... e nossos sons ecoavam até a sala e eram escutados pelas taças de vinho em cima do centro, pela rosa ao lado delas...
E nossos sons continuavam sua trajetória até se perderem ao meio das notas de tango daquele CD que escutávamos à pouco tempo. Mas nos encontrávamos mais perdidos... Perdidos em um turbilhão de desejo, de sensualidade, de toques que arrancavam respirações mais profundas, de olhares que se encaravam com um único motivo. E em meio a todos aqueles movimentos, o tempo parou, os sentidos sumiram... ... ... Segundos que duraram segundos em câmera lenta, sentimos cada parte de nosso corpo gritar em chamas e arrepiar-se em nevascas ao mesmo tempo.
Aos poucos a calmaria foi deitando do nosso lado, o peito foi tomando seu ritmo, os olhos fecharam-se na esperança de reviver tais sensações, as mãos se entrelaçaram, os rostos de aproximaram, os lábios se encontraram sutilmente, e mesmo de olhos fechados, podíamos ver um ao outro, pois nada mais poderia negar que estávamos presente um pelo outro e pra sempre estaríamos... Sem palavras, nós dormimos.














Diego Anderson M'M'

24 de agosto de 2011

Agradecimentos ...

Bem pessoal... Nesse exato momento (1.024 visualizações do blog desde 01 de agosto a 24 de agosto de 2011), queria agradecer de alguma forma a todos que me ajudam, conscientes ou não, acreditem, vocês me dão ar pra seguir em frente. E em meios a "porquês" e "como" resolvi arriscar mais um vídeo, dessa vez direcionado unicamente a cada um de vocês ...
Abraços ... =D




Porque é você minha inspiração
Você, meu paradoxo, meu sim, meu não
Em você que penso
Por você que escrevo
Alguns até dizem que invento
Mas acredite, é tudo fruto do meu desejo

À ti sou como um lince domado
Logo eu... que fui sempre tão independente
Hoje, as horas passam rápido, e só tenho você em mente
Pensando talvez, sonhando um dia ser pra sempre seu amado.

Diego Anderson M'M'

21 de agosto de 2011

Ele pensava demais que amava de menos


Ele sentia-se sozinho, desamparado. Não sabia se fosse talvez pelo fato de nunca ter sido amado, ou se nunca ter sido amado fosse pelo fato de nunca estar pronto, e o fato de que nunca estava pronto era o medo de que o amor não residisse dentro dele como ele pensava. Mas o estranho é que ele conhecia o amor, ele sabia moldá-lo. Ele realmente conhecia o amor, não de forma presencial, mas da ausência que esse amor lhe propiciava. Sim e então ele pensava, noites à claro, mirando o teto de seu quarto, dedilhando cada centímetro de sua solitária cama. Pensava até quando aguentaria, se veria um dia aquele sol de que tanto escrevia, se sentiria aquele cheiro dele, que tanto amava, ou se dormiria algum dia ao lado de alguém que o feliz tornaria... Sim, ele pensava. Seus amigos já não sabiam o que dizer, ou como confortá-lo, alguns até já nem se importavam, visto que a paciência havia se perdido. E os poucos amigos que restaram, já não sabiam como reagir a cada ligação que ele os fazia pela madrugada em meio à lágrimas. Talvez ele ligava apenas com o intuito de nem ouvir nada do outro lado da linha, sim... talvez nem fosse preciso um alô "garoto que pensa"? Não, talvez o silêncio do outro lado já diminuísse a solidão que deixava seu coração apertado. Talvez alguém do seu lado, um ombro, ou peito, um abraço ....
Um cafuné, palavras ditas? Talvez, mas não se tornava necessário, ele estava tão só que apenas a presença de alguém seria suficiente para lembrar-te dos resquícios de um calor humano, de um amigo, de um namorado. Alguém que pudesse dá-lo uma luz, um caminho... Pois ele não estava tão perdido assim e havia na sua frente um maravilhoso caminho, mas ele estava sozinho.

Aos poucos, noite após noite, dia após dia, 
rotina, monotonia.
Ele congelou, 
seu coração parou
seu olhar fingia.
Mas sua mão, ainda em esperança, escrevia
Até quando? Nem ele mesmo sabia
o que o destino o reservaria.

Diego Anderson M'M'