15 de fevereiro de 2013

Sorrisos caem na cidade triste

Hoje acordei. Como de costume fiquei meus três a cinco minutos deitado lembrando do último sonho, entretanto nada me vinha em mente, estava vazio, estava tudo vazio, e o silêncio ao poucos foi sendo silenciado pelo barulho da chuva lá fora. Olhei pela janela, e as gostas de chuva caiam, esbarrando-se no vidro e escorregando, descendo, descendo. Você sabia que as gotas de chuva pulam de para-quedas? Sim, elas pulam, e ao avistarem os primeiros arranha céus libertam-se em queda livre, nada de para-quedas. Todas elas anseiam o impacto. E lá estavam, esmagando-se no vidro da minha janela, sorrindo pra mim, e no sorriso tinha escrito: "Vem aqui pra fora, vem sorrir com a gente, vem molhar".
E por um momento eu pensei se iria, sorri. Acho que sorri por poucos segundos, mas foi o suficiente para encher-me de ânimo e encarar mais um dia de rotina, de trabalho, de pessoas, de barulho de trânsito, de escritório, de correria, de imprevistos, de cansaço. E ainda mais ter que encarar tudo isso com essa chuva que praticamente ninguém gosta pela manhã. Rendi-me ao costumeiro e meio que atrasado desisti de molhar com as gotas. Molhei no chuveiro, com as gotas tristes presas nos encanamentos, trancafiadas nas teias da cidade de pedra, nos labirintos do maquinário. Mais um dia inicia-se, com chuva pela manhã.

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