28 de setembro de 2013

Por enquanto

Tanta felicidade, que chora
Tanta maldade, que esnoba
tantos porquês que se esqueceu
de viver o transparecer da leveza do ser.

Tantos sorrisos, que fingidos
Tantos amores, que iludidos
tantos pudores que se esqueceu
de aproveitar a nudez sob a luz do luar.

De tanto de você, enjoei
De tanto de mim, renovei
O tanto de nós se perdeu,
Você fez de mim pranto e
eu te respondo com "entretantos"
seus pedidos de desculpas esfarrapados
junte seus trapos, procure seu canto.

E é apenas isso, por enquanto.

Diego Anderson M'M'

22 de setembro de 2013

Meados do ano passado

Os laços que antes entrelaçados
por meados do ano passado
agora desatados, desfragmentados
esquecidos e abarrotados por sobre
suas memórias já tão sofridas,
Esquecidas mas não desmerecidas
montam um castelo de que antes
abrigava com carinho seus amantes,
ninho de amores e terrores
as lembranças machucadas
de uma pele rasgada e um coração em vão.


Diego Anderson M'M'

17 de setembro de 2013

O primeiro

Sou a vida
A vida que passa entre gozos fingidos
e peles nuas, cruas de curvas robustas
de passagens, corpo morto, sem vida.
A vida que se recicla, se consome, se repudia
a vida que se renova a cada renascer do dia
A vida tatuada no útero da puta esquecida,
criada e marginalizada pela própria vida
Vida que se esconde na penumbra e na revolta
e se revela nas imundices da moda, moda modinha
que manipula, que ri na tua cara sem personalidade
que dita a tua idade e priva sua maturidade
Ah a vida ...
Vida minha
Vida tua
juntas e separadas
com o tempo coadjuvante
vida sem escrúpulos, infame
que ceifa minha imortalidade carnal
transforma em pó, em chorume
que me enxerga como um animal
um nada, um monte de estrume
Vida que todos têm, e que ao mesmo tempo
não é de ninguém.

Diego Anderson M'M'

15 de setembro de 2013

Vertentes

E se eu te perguntasse:
- Empirismo ou Racionalismo?
O que me diria, escolheria, defenderia?
Seria de um lado a experiência, o tato, as circunstâncias
E de outro a razão, o pensamento, livre de qualquer enganação ou sensação.

Você seria um ponto, uma interrogação?
Seria luz, movimento, som ou premeditação?
Espaço, fluidez, esse misto de timidez e sensatez?
Você seria matemático, físico, calculado e decidido?
Permutaria entre isso e aquilo? Achado e perdido?

São indagações que se estendem por uma noite adentro, por troca de olhares e leituras labiais ... são respostas aos poucos colhidas nas entrelinhas das curvas do seu rosto. E ao amanhecer, um sobre o outro, provavelmente teríamos a conclusão que ambas as vertentes são verdadeiras, contraditórias e complementares. O mundo não somente gira, ele vaga, ele para em alguns leves segundos, ele acelera, ele pulsa.

Diego Anderson M'M'