28 de julho de 2012

Lápides ao tempo





O cheiro... Aquela sensação peculiar de conforto, seja talvez a única lembrança que ainda restou de você, tanto tempo depois da última vez, que o calendário nem se atreve mais a dedurar tal distância temporal. Te conheci por meados de 60 lembra, e antes disso nas duas grandes guerras, e ainda teve nosso breve amor em meio a correria da revolução Francesa, sem esquecer talvez da mais intensa inspirado pelos anos do iluminismo, a mais antiga então quando o Império Romano exibia sua ascensão, ou foi quando a escrita nos foi ensinada? Enfim, em todas essas encarnações o teu cheiro lhe dedurava. Aquele aroma com sabor de vício, com a delicadeza de me tocar, me envolver, me ludibriar, embriagar, perder-me em tais profundas loucuras, solturas, investiduras ... Você, ah somente você chegava pelo começo da tarde e ia embora a noitinha sem despedir-se, pois querendo ou não nos encontraríamos amanhã, mesmo que esse amanhã levasse um dia, semanas, meses ou anos, por mais décadas que fossem, sejam tantas vidas que eu percorra nesse chão, você sempre estará em meu caminho. Sejam tantas paixões intervenham nesse paraíso, você sempre será meu reservado amor invicto. Seja quanto tempo for, durar ou encerrar, estaremos de alguma forma enterrado-me e enterrando-te em detrimento do tão inevitável amando-nos.

Diego Anderson M'M'

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Obrigado.. volte sempre que bater aquela saudade...