21 de agosto de 2011

Ele pensava demais que amava de menos


Ele sentia-se sozinho, desamparado. Não sabia se fosse talvez pelo fato de nunca ter sido amado, ou se nunca ter sido amado fosse pelo fato de nunca estar pronto, e o fato de que nunca estava pronto era o medo de que o amor não residisse dentro dele como ele pensava. Mas o estranho é que ele conhecia o amor, ele sabia moldá-lo. Ele realmente conhecia o amor, não de forma presencial, mas da ausência que esse amor lhe propiciava. Sim e então ele pensava, noites à claro, mirando o teto de seu quarto, dedilhando cada centímetro de sua solitária cama. Pensava até quando aguentaria, se veria um dia aquele sol de que tanto escrevia, se sentiria aquele cheiro dele, que tanto amava, ou se dormiria algum dia ao lado de alguém que o feliz tornaria... Sim, ele pensava. Seus amigos já não sabiam o que dizer, ou como confortá-lo, alguns até já nem se importavam, visto que a paciência havia se perdido. E os poucos amigos que restaram, já não sabiam como reagir a cada ligação que ele os fazia pela madrugada em meio à lágrimas. Talvez ele ligava apenas com o intuito de nem ouvir nada do outro lado da linha, sim... talvez nem fosse preciso um alô "garoto que pensa"? Não, talvez o silêncio do outro lado já diminuísse a solidão que deixava seu coração apertado. Talvez alguém do seu lado, um ombro, ou peito, um abraço ....
Um cafuné, palavras ditas? Talvez, mas não se tornava necessário, ele estava tão só que apenas a presença de alguém seria suficiente para lembrar-te dos resquícios de um calor humano, de um amigo, de um namorado. Alguém que pudesse dá-lo uma luz, um caminho... Pois ele não estava tão perdido assim e havia na sua frente um maravilhoso caminho, mas ele estava sozinho.

Aos poucos, noite após noite, dia após dia, 
rotina, monotonia.
Ele congelou, 
seu coração parou
seu olhar fingia.
Mas sua mão, ainda em esperança, escrevia
Até quando? Nem ele mesmo sabia
o que o destino o reservaria.

Diego Anderson M'M'

Um comentário:

Obrigado.. volte sempre que bater aquela saudade...