15 de abril de 2011

Cidades presentes, cidades noturnas

A calma névoa escura
Perturbada pelo grito da vadia
Revela naquela noite impura
O cotidiano do anti-dia

Ruas solitárias e vazias, imundas
Que prolongam o eco do silêncio tenebroso,
Escondem em seus becos sujos, seios e bundas
De um emprego noturno e doloroso.

O odor dos esgotos paira pelo ar
Confunde-se com o cheiro dos fumantes,
Daquele passado resta apenas lembrar
A suntuosa praça, que pouco tempo antes,
Era freqüentada por fervorosos amantes
Fardada agora somente ao pútrido presente
Constrói uma figura em minha mente, súbita e deprimente,
Do humor trágico, ofuscado pelo brilho dos diamantes.

Diego Anderson M' M'

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